Desde que estreou na Netflix, o filme argentino 27 Noites virou assunto frequente nas redes. Com clima tenso e atuações carregadas de emoção, a produção acompanha a colecionadora de arte Martha Hoffman, internada contra a própria vontade após desentendimentos familiares.

    Por trás da trama existe, porém, um fato real que chocou o público argentino em 2005. O Resumo de Novelas traz, em detalhes, como a história de Natalia Kohen serviu de base para o roteiro e por que o longa vem provocando tantos debates.

    O que mostra o filme 27 Noites

    No enredo, Martha Hoffman sofre uma internação psiquiátrica forçada depois de ser acusada pelas filhas de agir de maneira impulsiva com seu patrimônio. A personagem passa 27 noites na clínica, vivendo uma luta interna por liberdade e reconhecimento de sua sanidade.

    O roteiro, escrito por Daniel Hendler, Mariano Llinás e Martín Mauregui, não se limita ao drama jurídico. Ele mergulha na mente da protagonista, abordando temas como envelhecimento, poder familiar e a tênue linha entre cuidado e controle. Essa perspectiva, que mistura realidade e simbolismo, ajuda a manter o público preso à tela do começo ao fim.

    A verdadeira história de Natalia Kohen

    Natalia Kohen, nascida em 1919 na província de Mendoza, era escritora, filantropa e viúva do empresário farmacêutico Mauricio Kohen. Em 2005, aos 86 anos, recebeu o diagnóstico de demência frontotemporal, também conhecida como doença de Pick. O laudo resultou em sua internação involuntária no Instituto Ineba, em Buenos Aires, exatamente pelo período de 27 noites que dá nome ao filme.

    Durante o confinamento, Kohen mobilizou amigos e jornalistas, gerando pressão pública por sua libertação. Posteriormente, entrou na Justiça contra o neurologista Facundo Manes, alegando erro de diagnóstico. Em 2007, a Justiça argentina anulou oficialmente o laudo de demência, mas, mesmo assim, ela foi declarada incapaz e teve um curador nomeado para gerir seus bens — fato que reacendeu o debate sobre autonomia de idosos.

    Natalia Kohen viveu até 2022, aos 103 anos, e conseguiu reconstruir o relacionamento com as filhas. Embora 27 Noites não reproduza cada detalhe de sua vida, o filme mantém a essência do caso: o choque entre liberdade individual e decisões médicas ou familiares. Dessa forma, a produção se torna um retrato universal de como mulheres idosas, como Martha e Natalia, podem ter suas vozes silenciadas por diagnósticos precipitados e disputas de herança.

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