Wagner Moura voltou a comentar o debate sobre engajamento político no meio artístico. Em entrevista publicada nesta semana, o ator afirmou que não concorda com a cobrança constante para que colegas de profissão revelem publicamente suas opiniões.
Conhecido por posições alinhadas à esquerda, o intérprete de “Marighella” sustenta que a decisão deve ser individual. Para ele, as consequências negativas, principalmente nas redes sociais, podem ser duras demais para quem não está preparado.
“Não é pra todo mundo”, diz Wagner Moura sobre declarações políticas
Numa conversa com o jornal O Globo, Moura deixou claro que ver artistas acuados a se pronunciar não faz sentido. “Tenho resistência à cobrança. Ninguém tem que falar, porque, quando fala, tem que segurar o rojão”, resumiu. A frase ecoa a ideia central de que o custo de um posicionamento, muitas vezes, ultrapassa o ganho de participar do debate público.
Ao longo da entrevista, Wagner Moura critica a cobrança por posicionamento político de artistas e lembra que cada pessoa avalia seus próprios limites. “Cada um sabe até onde pode ir”, reforçou o ator baiano, ressaltando que apoia tanto quem escolhe se manifestar quanto quem prefere o silêncio.
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Participação em ato em Salvador reacende discussão
Na semana passada, o ator participou de um ato na capital baiana contra as PECs da Blindagem e da Anistia. Ele subiu em um trio elétrico, cantou ao lado de Daniela Mercury e fez discurso rápido, reforçando a importância de proteger a democracia.
O momento ganhou destaque nas redes sociais, alimentando a expectativa de que Moura comentasse novamente sobre ativismo. A presença pública foi usada por internautas como argumento para exigir que outras celebridades sigam o mesmo caminho, o que ele contesta veementemente.
Contexto das PECs
As Propostas de Emenda Constitucional que motivaram o protesto tentam alterar regras de imunidade parlamentar e limitar punições jurídicas. Críticos chamam o pacote de “PEC da Blindagem”; já opositores falaram em “PEC da Anistia”. O ator se posicionou contra ambas.
Arte e política caminham juntas, avalia o ator
Mesmo defendendo a liberdade de escolha, Moura reconhece que toda forma de arte carrega um traço político, ainda que não seja explícito. “Vamos mexer com algo dentro de você, transformar, fazer pensar. Isso é política do meu jeito de ver”, declarou.

Imagem: Internet
Ele explicou que seus personagens refletem suas emoções e visão de mundo. Dessa maneira, Wagner Moura critica a cobrança por posicionamento político de artistas, mas admite que a mensagem pode aparecer de forma indireta no trabalho artístico.
Humanidade em primeiro lugar
Para o baiano, a identificação do público com o personagem deve vir antes de qualquer bandeira ideológica. “Se me ponho vulnerável, se me exponho de forma que a pessoa consegue se ver, começa o jogo”, afirmou. Só depois, segundo ele, o espectador percebe possíveis camadas políticas presentes na obra.
Repercussão nas redes sociais intensifica o debate
Usuários de plataformas como X (antigo Twitter) e Instagram repercutiram as falas do ator. Parte do público concorda que o ativismo não pode ser imposto, enquanto outra parcela defende que figuras públicas têm responsabilidade adicional de influenciar discussões sociais.
Alguns perfis citaram casos de cancelamento para ilustrar o “rojão” mencionado por Moura. A avalanche de críticas on-line, que pode ocorrer em questão de minutos, serve como freio para diversos artistas, reforçando o argumento de que nem todos estão dispostos a pagar o preço.
“Resumo de Novelas” destaca a fala de Wagner Moura
A equipe do portal Resumo de Novelas acompanha de perto o movimento de celebridades no campo político. A postura de Wagner adiciona mais um capítulo à discussão sobre a relação entre fama, arte e ativismo, tema que costuma mobilizar fãs de novelas, séries e doramas.
Embora Wagner Moura critique a cobrança por posicionamento político, ele mesmo segue presente em atos públicos quando acredita ser necessário. Entre a liberdade de expressão e o direito ao silêncio, o artista mantém sua convicção: cada um deve escolher se quer — ou não — se expor.