Um barco que balança, piadas rápidas do capitão e criaturas que surgem da selva: quem já andou na atração Jungle Cruise, nos parques Disney, reconhece o clima do filme estrelado por Dwayne Johnson e Emily Blunt.
O que poucos sabem é que a produção mergulha em fatos e lendas reais, ligando sociedades científicas vitorianas, príncipes alemães e conquistadores espanhóis a uma árvore mítica capaz de curar qualquer mal.
Da atração ao cinema: como nasceu a história real de Jungle Cruise
A jornada começa em 1955, quando Walt Disney inaugurou a atração Jungle Cruise na Califórnia. Décadas depois, o estúdio decidiu transformar o passeio em longa-metragem, repetindo a fórmula de Piratas do Caribe.
No roteiro, a ação é situada no rio Amazonas, em 1916, pleno auge da Primeira Guerra. A cientista Lily Houghton (Emily Blunt) quer provar a existência da Árvore da Vida, também chamada de Tears of the Moon, eco de um símbolo presente em diversas culturas e até no Animal Kingdom, em Orlando.
Royal Society e o machismo da época
Lily enfrenta a “The Association”, versão fictícia da Royal Society de Londres. A instituição, fundada no século XVII, só permitiu mulheres em 1945. Ao colocar a protagonista de calças e voz firme, o filme denuncia o ambiente científico dominado por homens, algo que ainda repercute.
Personagens e lendas que saíram dos livros de história
O vilão Príncipe Joachim, vivido por Jesse Plemons, é inspirado no verdadeiro filho mais novo do Kaiser Wilhelm II. Em 1916, o príncipe da Prússia tinha 25 anos; quatro anos depois, tirou a própria vida, abalado pelo colapso do Império Alemão. No roteiro, ele busca a árvore mágica para garantir a vitória militar.

Imagem: Divulgaçao.
Dwayne Johnson interpreta Frank Wolff, capitão amaldiçoado após acompanhar Lope de Aguirre, conquistador espanhol famoso por sua brutalidade no século XVI. Aguirre realmente liderou uma expedição pelo Amazonas, matou subordinados e se autoproclamou “Príncipe do Peru”. O longa resgata essa figura para dar tons sombrios à narrativa.
Mito, cura e redenção
A “história real de Jungle Cruise” costura cobiça, punição e esperança em torno da árvore milagrosa. As pétalas capazes de curar doenças remetem a lendas sobre imortalidade presentes na Europa e na Ásia e reforçam a metáfora de segunda chance que move heróis e vilões.
Ao mesclar fatos verídicos e fantasia pulp, Jungle Cruise cria uma aventura pulsante que, segundo o Resumo de Novelas, prende a atenção de quem gosta de ação com um pé no passado. A próxima vez que você ouvir o capitão gritar “preparem-se para se molhar”, lembre-se: há muita história por trás desse respingo.