Lançada pelo Prime Video, a série Cometerra virou assunto nas redes ao mesclar realismo mágico com denúncia social de forma visceral. A produção relata a vida de Aylín, adolescente que, ao engolir um punhado de terra, enxerga o paradeiro de pessoas desaparecidas.

Baseada no livro homônimo de Dolores Reyes, a trama destaca a violência de gênero nas periferias latino-americanas. Mesmo com elementos sobrenaturais, a história de Cometerra foca na busca por justiça diante da omissão do Estado.

Enredo de Cometerra expõe violência invisível

Aylín, vivida por Lilith Curiel, mora em um bairro popular do México e sofre bullying até descobrir seu dom macabro. A primeira visão surge quando sua professora Ema, interpretada por Yalitza Aparicio, desaparece sem deixar pistas, levando a jovem a mergulhar numa investigação que combina thriller e drama social.

Cada episódio mostra Aylín ingerindo terra para localizar vítimas ignoradas pela polícia. As cenas oníricas, filmadas em tons quentes e saturados, simbolizam o trauma coletivo das mulheres que enfrentam feminicídios. O dom, tratado como maldição, reforça como a história de Cometerra usa o sobrenatural para revelar horrores bem reais.

Da obra argentina à tela mexicana

O diretor Daniel Burman transferiu a ação da Argentina para o México, país igualmente marcado por altos índices de violência contra mulheres. A mudança geográfica reforça o caráter universal do enredo: a dor é a mesma em qualquer periferia latino-americana. Ao lado do irmão Walter (Roberto Aguilar) e do policial Ezequiel (Harold Torres), Aylín assume posição de “detetive espiritual”, ajudando famílias que batem de porta em porta em busca de respostas.

No livro, a protagonista não tem nome e narra tudo em primeira pessoa; na série, ganha rosto, voz e cenas de ação que aproximam o público do streaming. A trilha, assinada por Emiliano González del León e Leo Heiblum, mistura sons experimentais a faixas de Natalia Lafourcade, Bizarrap e Nicki Nicole, criando contraste entre o clima sombrio e a cultura pop. Ainda que mais acessível, a adaptação mantém o cerne da história de Cometerra: dar voz às vítimas silenciadas pelos feminicídios.

Com cerca de oito episódios, Cometerra mostra que o realismo mágico segue vivo e politizado, agora guiado por uma heroína vulnerável, porém determinada. Para quem acompanha o Resumo de Novelas, vale maratonar e conferir como fantasia e crítica social caminham juntas nessa produção intensa do Prime Video.

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