Uma relíquia esquecida em um museu de Washington coloca a história em movimento: um cérebro preservado, rotulado como o do assassino do presidente James A. Garfield. A partir dessa descoberta, a minissérie Como um Relâmpago, da Netflix, reconstrói em quatro capítulos o crime político que abalou os Estados Unidos em 1881.
Com ritmo de thriller histórico e clima psicológico, a produção acompanha a ascensão meteórica de Garfield e o colapso mental de Charles Guiteau. Se você gosta de enredos cheios de reviravoltas, típico do conteúdo que o Resumo de Novelas comenta, vale ficar por dentro dos principais acontecimentos mostrados na tela.
A corrida de Garfield até a presidência
No fim dos anos 1870, James A. Garfield, então congressista de Ohio, defendia reformas no serviço público e uma política ética. Em 1880, ele vai à convenção republicana apenas para discursar, mas surpreende ao ser escolhido candidato, superando figuras como Ulysses Grant. Sua vitória o torna o 20º presidente dos Estados Unidos, com a promessa de combater o sistema de apadrinhamento.
Paralelamente, Charles Guiteau — um orador fracassado e autor de pequenos golpes — acredita ter ajudado na eleição ao distribuir panfletos por conta própria. Sem emprego fixo, ele convence a família de que será recompensado com um posto diplomático. Recusado repetidas vezes, Guiteau transforma a frustração em obsessão: decide que a morte de Garfield seria um desígnio divino para colocar o vice Chester Arthur no poder.
Imagem: Netflix
Tiros na estação e o erro médico fatal
Na manhã de 2 de julho de 1881, Guiteau espera o presidente na estação ferroviária da Pensilvânia, em Washington, e dispara duas vezes. Garfield sobrevive inicialmente, mas passa meses em agonia. O Dr. Willard Bliss insiste em localizar a bala com instrumentos não esterilizados, ignorando alertas sobre infecção. A septicemia vence: o presidente morre em 19 de setembro de 1881.
Guiteau rende-se sem resistência, certo de que seria saudado como salvador. Durante o julgamento, exibe delírios messiânicos e transforma cada audiência em espetáculo. Condenado, é enforcado em 30 de junho de 1882. Seu cérebro acaba preservado e esquecido até 1969, quando trabalhadores o redescobrem — ponto de partida da série. A tragédia impulsiona a Lei do Serviço Civil, aprovada pelo presidente Arthur, e encerra Como um Relâmpago com a lembrança de que ambição e fanatismo podem mudar o rumo de uma nação.
