A Apple TV+ colocou no ar Pluribus, nova ficção científica criada por Vince Gilligan, e os dois episódios iniciais já bagunçaram o conceito de felicidade. Neles, um vírus alienígena faz a maior parte da população ficar eternamente alegre, obediente e conectada a uma única consciência.
Somente doze pessoas – entre elas Carol, vivida por Rhea Seehorn – escapam do contágio. Com esse ponto de partida, a produção questiona o preço da harmonia absoluta e introduz um suspense que prende quem acompanha Resumo de Novelas.
Como o vírus de Pluribus tomou o planeta
Na abertura, astrônomos captam um sinal vindo de uma estrela a 600 anos-luz. A mensagem chega em RNA, é convertida em DNA e testada em ratos de laboratório. O desastre começa quando uma pesquisadora é mordida e se torna o primeiro ser humano infectado.
A diferença para pandemias conhecidas está no “efeito colateral”: em vez de febre ou tosse, o vírus transforma todos em pessoas felizes, pacíficas e extremamente colaborativas. De brinde, eles passam a compartilhar uma mente coletiva e se referem a si mesmos como “nós”.
Consciência única e saber infinito
Os contaminados acessam instantaneamente o conhecimento uns dos outros, como se a humanidade tivesse virado um grande banco de dados vivo. O livre-arbítrio, porém, desaparece. A alegria é obrigatória e permanente, provavelmente para sempre.
Carol e os imunes: dilemas dos episódios 1 e 2
Carol resiste ao contágio, mas paga caro por isso. Ela carrega o luto pela companheira Helen e observa o novo mundo com espanto. Sempre que demonstra raiva ou tristeza, a rede mental dos infectados apresenta falhas, indicando que sua imunidade talvez não seja completa.
Imagem: Divulgação
Nesse cenário, a protagonista convive com Zosia, uma “chaperon” infectada que vigia cada passo. O relacionamento muda quando Carol conhece Koumba, outro imune que manipula a docilidade alheia para montar um harém. Revoltada, ela expõe o esquema e deixa Zosia livre para decidir com quem quer ficar.
Lampejos de autonomia e o perigo da heroína
O breve ato de escolha de Zosia mostra que o vírus não apagou totalmente a vontade própria. Ainda assim, a série lembra que qualquer explosão emocional de Carol pode matar milhões, como já aconteceu, segundo outra sobrevivente chamada Laxmi. A dúvida que paira é simples e perturbadora: Carol é a chave para salvar a humanidade ou a faísca que vai destruir o pouco que restou?
Com fotografia fria e tensão constante, Pluribus entrega em seus capítulos iniciais um paradoxo irresistível: a promessa de felicidade total como nova forma de prisão. Aguardemos os próximos passos dessa história, que tem tudo para dominar as conversas sobre séries de ficção científica.
