O derradeiro episódio de A Estação das Garotas Perdidas não poupa o espectador. Em vez de oferecer respostas fáceis, o drama francês deixa um rastro de questionamentos sobre a violência contra mulheres e o papel das instituições nessa tragédia.
Com abordagem crua, o seriado coloca o público diante de uma sucessão de crimes que revelam cumplicidade social e falhas policiais. No Resumo de Novelas, reunimos os principais fatos que esclarecem – ou complicam ainda mais – o destino das personagens.
Violência sistêmica exposta no desfecho
A narrativa gira em torno da detetive Flores Robin, que encontra o corpo mutilado de Leila Chakir. A remoção dos órgãos reprodutivos sinaliza que os assassinatos seguem um padrão misógino, tema que sustenta toda a temporada de A Estação das Garotas Perdidas.
Ao longo da investigação, o médico Olivio Palomyno vira suspeito por morar perto da cena do crime e ter acesso a instrumentos cirúrgicos. Ele é preso, mas o assassinato de Marianne enquanto está na cadeia prova que o caso envolve mais de um agressor, expondo a pressa da polícia em encerrar a ocorrência sem compreender o todo.
O vínculo entre as mortes é revelado como cultural, não individual: Christopher Delpech confessa ter afogado Nora, mas nega participação nos demais casos. Sonia Hamady, única vítima que sobrevive, descreve um rosto genérico ao retratista, sugerindo que “qualquer homem” pode ser o predador.

Imagem: Hulu.
Anos depois, novos testes de DNA ligam Jean-Jacques Rancon a uma bota de Leila. Flores obtém a confissão dele sem violência, apelando para o instinto paterno distorcido do criminoso. Ainda assim, Tatiana Andujar, desaparecida há uma década, continua sem paradeiro.
Dez segredos que tornam o final inesquecível
1. O foco da série nunca foi identificar um vilão único, mas denunciar a cadeia de misoginia enraizada na sociedade.
2. A mutilação de Leila indica que os crimes atacam a essência feminina, reforçando o simbolismo do roteiro.
3. Palomyno serve como bode expiatório para expor erros investigativos frequentes em casos reais.
4. A confissão parcial de Delpech mostra como diferentes agressores compartilham motivações semelhantes.
5. O retrato falado genérico de Sonia critica a facilidade com que predadores se camuflam no cotidiano.
6. A reabertura do caso graças à evolução do DNA destaca falhas antigas na coleta de provas.
7. Flores usa empatia e psicologia em vez de força bruta para arrancar a verdade de Rancon.
8. Cartas anônimas enviadas à família Andujar mantêm viva a angústia das vítimas indiretas.
9. O sonho da mãe de Tatiana com o nome de Delpech sugere que a mente busca sentido até na incerteza.
10. O roteiro se recusa a oferecer final fechado, espelhando a realidade de milhares de desaparecimentos sem solução.
A Estação das Garotas Perdidas conclui reforçando que, fora da ficção, a busca por justiça continua em aberto – e, como lembra a série, meninas ainda desaparecem todos os dias.