Roma, 1970. Enquanto a Igreja ditava costumes, uma editora decidiu virar o jogo e colocar o desejo feminino na capa das bancas. É nesse clima explosivo que se passa Sra. Playmen, nova minissérie da Netflix.
Com sete episódios, o drama biográfico traz a trajetória real de Adelina Tattilo, empresária que assumiu a revista erótica Playmen após o desaparecimento do marido. O Resumo de Novelas conferiu todos os detalhes que fazem da produção um prato cheio para quem gosta de histórias baseadas em fatos.
A história de Adelina Tattilo inspira Sra. Playmen
Interpretada por Carolina Crescentini, Adelina surge como uma editora à frente do seu tempo. Sozinha, ela lida com dívidas e processos por obscenidade, mas transforma a revista em um manifesto de liberdade sexual. Na vida real, Tattilo enfrentou a justiça italiana diversas vezes, porém usou cada tribunal como palco para defender o direito das mulheres de falar sobre prazer e autonomia.
Cada capítulo da série gira em torno da produção de uma nova edição da Playmen. A trama, escrita por Neil Cross, combina fatos documentados com dramatizações, refletindo embates entre moralidade e modernidade que marcaram a Itália pós-guerra. A pergunta que paira no ar — Sra. Playmen é uma história real? — ganha força ao mostrar documentos, manchetes e julgamentos que, de fato, aconteceram.
Elenco e ambientação mergulham no clima dos anos 70
Além de Crescentini, o elenco conta com Filippo Nigro, Giuseppe Maggio e Francesco Colella. Os figurinos coloridos, os carros clássicos e a trilha sonora que mistura hits italianos a sucessos internacionais reforçam a aura de efervescência social. Ao mesmo tempo, a fotografia em tons quentes recria a atmosfera das redações de revistas da época.
Imagem: Netflix.
Liberdade, censura e poder feminino em debate
Sra. Playmen aborda temas como divórcio, aborto e a lei do “matrimônio reparador”, dispositivo que permitia a estupradores escaparem da punição ao se casar com a vítima. Ao focar nesses conflitos, a minissérie coloca em xeque a hipocrisia de uma sociedade que reprimia o desejo feminino enquanto consumia pornografia às escondidas.
Mesmo ambientada há mais de cinco décadas, a produção dialoga com o presente ao discutir assédio, igualdade de gênero e liberdade de expressão. O resultado é um retrato corajoso de uma mulher que usou as páginas de uma revista como arma para mudar costumes — e que agora conquista um novo público no streaming.
