Quem dá play em Monstro: A História de Ed Gein imagina encontrar um retrato fiel do fazendeiro que chocou os EUA nos anos 1950. A produção de Ryan Murphy, porém, prefere intensificar o horror e cria situações que nunca existiram.
Para facilitar sua vida antes de maratonar, o site Resumo de Novelas reuniu 10 erros de Monstro: A História de Ed Gein. Veja abaixo como a série troca datas, inventa vítimas e até romanceia o assassino.
Assassinatos e vítimas alterados
Apenas dois homicídios confirmados
No mundo real, Ed Gein foi condenado por matar Mary Hogan (1954) e Bernice Worden (1957). Na Netflix, ele vira serial killer de múltiplas vítimas, inclusive da adolescente Evelyn Hartley, desaparecida em 1953, caso do qual foi descartado.
Caçadores e motosserra inexistentes
A trama exibe Gein assassinando dois caçadores com motosserra. Documentos oficiais nunca ligaram o sumiço de Victor Travis e Raymond Burgess (1952) a ele, muito menos com essa arma.
Morte do irmão distorcida
Henry Gein morreu em 1944 tentando conter incêndio na plantação da família. Embora tenha sido encontrado com hematomas, o caso não virou investigação de homicídio. Na série, o golpe fatal parte do próprio Ed.
Detalhes históricos distorcidos
Cúmplice fictícia
Adeline Watkins, interpretada por Suzanna Son, participa de profanações e é tratada como cúmplice. Na realidade, ela apenas conhecia Gein havia anos e negou qualquer envolvimento criminal.
Romance que nunca existiu
A produção cria ligação amorosa entre Ed Gein e Bernice Worden, incluindo encontros noturnos. Na vida real, ele só a convidou para patinar pouco antes de matá-la em sua loja.

Imagem: Netflix
Prova que levou à prisão
A série mostra uma caixa com o nome de Gein como pista decisiva. O que realmente entregou o assassino foi um recibo de anticongelante encontrado pelos investigadores.
Perfis trocados das vítimas
Mary Hogan aparece como rígida e discreta, enquanto Bernice Worden surge vulgar e expansiva. Registros da época indicam o inverso: Hogan era a espirituosa dona de bar; Worden, religiosa e reservada.
Nada de necrofilia ou canibalismo
Embora a trama insinue sexo com cadáveres, Gein sempre negou a prática. Reportagem da revista Time em 1957 reforça que ele considerava os corpos malcheirosos, limitando-se a usar partes para fabricar máscaras e móveis.
Contato com o FBI exagerado
No final, a narrativa sugere que Gein ajudou agentes que inspiraram Mindhunter a capturar Ted Bundy. O agente John Douglas chegou a visitá-lo nos anos 1970, mas relatou que o criminoso era instável demais para colaborar.
Com esses dez deslizes de Monstro: A História de Ed Gein em mente, fica claro que a série trabalha mais a ficção do que o registro histórico. Vale assistir pelo suspense, mas sem confundir drama com realidade.